A EVASÃO NO CICLO BÁSICO DA UFMG*

 

PEIXOTO, Maria do Carmo de Lacerda

BRAGA, Mauro Mendes

 

Introdução

A questão da evasão e da repetência num sistema de ensino deve ser analisada tendo como uma de suas referências o processo de democratização do ensino. A expansão das matrículas que se verificou no ensino fundamental brasileiro, a partir da década de 60, produziu, entre outros aspectos, uma mudança na composição de classe predominante dos alunos. Este processo, contudo, não se traduziu numa democratização efetiva, desde que uma parte significativa deles não consegue cumprir o ensino fundamental no tempo/idade previstos (Fletcher e Ribeiro, 1990, Patto, 1990 e Goldenstein, 1986).

Os estudos realizados até o momento permitem afirmar que a evasão apresenta-se sob duas faces distintas. Por um lado, resulta de uma decisão do aluno, com base em motivações prioritariamente de ordem pessoal, sendo esta a que se identificaria mais claramente com o significado do conceito. Ela pode ser, por outro lado, a resultante de uma combinação de fatores escolares, socio-econômicos e pessoais caracterizando-se, neste caso, mais como exclusão do que propriamente como evasão. Isto é, são as próprias condições escolares - composição curricular, professores, organização da escola -, muitas vezes as principais responsáveis pela ocorrência do fenômeno, expulsando o aluno da escola ( Gatti, 1983).

Esta mesma problemática apresenta-se de modo semelhante no ensino superior, porque aqui também a democratização não se resume à igualdade de oportunidades de acesso à matrícula. Por este motivo, a acentuação da expansão de vagas do ensino superior, que se verificou no final da década de 60 e início da de 70, não se refletiu, na proporção correspondente, na sua democratização.

Uma política de favorecimento ao princípio liberal do mérito na educação com base na igualdade de oportunidades representa, desse modo, uma condição necessária, mas não suficiente, para a democratização neste nível de ensino. Justifica-se, por esse motivo, que a permanência seja aqui, também, vista como parte integrante desse processo (Bernheim, 1979). O estudo das questões envolvidas na evasão do ensino superior no Brasil, contudo, não tem se configurado como uma área de interesse de pesquisa relevante, o mesmo ocorrendo com a proposição de políticas que visem a um enfrentamento do problema.

Decisões de ordem pessoal, dificuldades financeiras momentâneas, podem fazer parte desse quadro. No que concerne às características escolares, no entanto, diversas são as questões envolvidas na abordagem desse problema. Em primeiro lugar, ressaltam as estruturas curriculares e os métodos pedagógicos utilizados. Isto inclui tanto os métodos de ensino, como a democratização da gestão das instituições de ensino superior, estabelecendo novos modos de participação de alunos e professores na elaboração e execução do currículo (Carrier,1979). O entendimento das possibilidades emancipatórias do currículo é outro enfoque nessa abordagem. Ele deve ser visto não apenas como um conjunto de conteúdos e métodos a serem aprendidos pelo aluno, mas, também, como um esforço de introdução do estudante num determinado modo de vida (Moreira,1995).

Outra questão é a da cultura escolar e do papel do professor. O docente relaciona-se não só com a cultura geral (conhecimentos sistematizados e saberes), mas também é exposto à cultura escolar, resultante da ação da própria escola. Esta cria ou produz um saber específico, a partir da confrontação entre os conhecimentos sistematizados disponíveis na cultura geral, e aqueles menos elaborados, provenientes tanto da "lógica" institucional, quanto das características da profissão e, ainda, da vida cotidiana escolar. (Penin, 1989 e 1994; Sarmento, 1994; Enguita, 1992; e Sirota, 1993). Nesse mesmo contexto devem ser entendidas características como a organização de turmas, os horários de aula, e a utilização de métodos e estratégias de ensino adequados.

A especificidade das séries iniciais no ensino superior é outro aspecto que deve ser considerado no tratamento desse tema. Em estudo que realizou sobre as grandes escolas profissionais francesas, Bourdieu (1989) observa que os institutos, voltados para a área básica, distinguem-se das demais instituições de ensino superior por concentrarem-se em objetivos diversos do restante do sistema de ensino, principalmente nas séries iniciais. Preocupam-se, não com a transmissão do conteúdo aparente, dos programas, etc, mas com a própria organização da ação pedagógica, através de uma sucessão ininterrupta de atividades escolares intensivas, rigorosamente reguladas e controladas tanto no seu momento como no seu ritmo. A pesquisa em questão, procura abordar o problema da evasão no ensino superior a partir da compreensão dessa complexidade.

A evasão no ciclo básico da UFMG

No contexto atual da discussão da autonomia das universidades brasileiras, surgem indicações de que a evasão no ensino superior passou a ser, também, objeto de política, figurando entre os indicadores da planilha de alocação de recursos para as universidades do sistema federal. Trata-se de uma política, contudo, cujos parâmetros não vão além da preocupação com a evasão enquanto indutora de baixa eficiência do sistema federal de ensino, dentro da perspectiva neoliberal do Estado mínimo. Não reflete uma preocupação com a produção de uma análise interna desse sistema, nem com mecanismos que contribuam para produzir alterações nas questões mais especificamente escolares.

Os estudos que são encontrados no Brasil sobre esta temática foram produzidos a partir da segunda metade da década de 80. Há uma série de levantamentos e estudos de casos que originaram-se de iniciativas do MEC e de universidades públicas. Outros, constituem-se de análises localizadas de alguns cursos ou cidades. No primeiro caso, podem ser citados trabalhos como o levantamento estatístico divulgado pela UNICAMP (1992), os estudos de Ramos (1995) e Bicudo(1995), e o relatório sobre a evasão na década de 80 em Minas Gerais (Neves e Almeida Filho, 1996), produzido pelo Grupo Especial sobre Evasão criado pelo MEC em 1995. No segundo caso, estão os trabalhos de Paredes (1994), abordando um grande número de carreiras, mas restrito à cidade de Curitiba, os de Senapeschi et alli (1985) e de Silva et alli (1995) referentes aos cursos de Química da UFSCar e da UnB.

Um primeiro olhar sobre essas análises permite concluir que o problema assume contornos dramáticos em alguns cursos, pois o número de formandos, quando muito, alcança a 20 % dos que ingressaram. Além disso, o problema concentra-se principalmente em cursos voltados para a formação de professores, ou nos da área de ciências exatas.

Na UFMG, a análise dos dados da década de 80 indicava que os cursos de maior índice de evasão estavam todos localizados na área de ciências exatas - à exceção dos de Música, Filosofia e Geografia. Cabe ressaltar que, dentre os 12 cursos cuja formação no ciclo básico é vinculada ao Instituto de Ciências Exatas, apenas três – Computação, Engenharia Elétrica e Engenharia Química - não apresentavam índices de evasão acentuados.

É oportuno observar que isto se verifica exatamente numa área do conhecimento considerada estratégica do ponto de vista do desenvolvimento econômico, e onde o governo brasileiro mais investiu na pós-graduação nas duas últimas décadas (Peixoto, 1994). Esclarece-se o que seria uma aparente contradição: o ensino de graduação não figurou, com a mesma intensidade, nas preocupações das políticas voltadas para o ensino superior. Percentuais elevados de insucesso nos cursos da área de ciências exatas, contudo, não podem ser atribuídos exclusivamente às conseqüências dessa política, pois eles também têm sido observados em universidades americanas (Cipra, 1991 e Lagowski, 1990), ainda que em proporções menores do que as verificadas em nosso país.

O estudo que foi realizado para o curso de Química da UFMG (Braga et alli, 1996 e 1997a) corrobora a necessidade de se realizarem investigações sobre o que ocorre no ciclo básico. Ele permitiu verificar a existência de uma forte correlação entre a repetência registrada no primeiro período do curso e a evasão, sendo que a classificação obtida pelos desistentes no concurso vestibular, sua renda familiar média e o grau de instrução dos pais evidenciaram-se como tendo uma responsabilidade muito pequena sobre a decisão de evadir do curso. A decepção com expectativas não correspondidas pelo curso foi apontada por eles como o motivo que mais contribuiu para a evasão. O problema apresenta-se, assim, com uma configuração específica nas séries iniciais dos cursos, indicando a necessidade de compreender o que ocorre nessa adaptação do estudante à organização da ação pedagógica.

Metodologia

O caráter do problema indica sua grande complexidade e extensão, e alguns de seus aspectos terão que ser abordados em etapas subsequentes de investigação. Iniciada em 1997, a pesquisa tem o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG e da FAPEMIG. Nesta primeira etapa, ela se propõe a produzir um diagnóstico da evasão no ciclo básico, buscando identificar se as questões apontadas pela análise do curso de Química encontram similaridades nas três áreas do conhecimento.

A escolha dos cursos a serem analisados obedeceu a quatro critérios principais. Em primeiro lugar, contemplar as três áreas de ciclo básico existentes na UFMG, desde que os estudos realizados evidenciaram que a evasão é mais acentuada nesta etapa. Buscou-se, também, comparar cursos numa mesma área do conhecimento, incluindo aqueles nos quais os estudos da década de 80 identificaram taxas evasão mais baixas e mais altas.

Procurou-se, ainda, comparar ciclos básicos de cursos de licenciaturas com os de bacharelado. E, finalmente, tendo em vista que os cursos noturnos e diurnos apresentam clientelas socioeconomicamente diferenciadas, essa dicotomia foi contemplada na amostra.

Seguindo esses critérios, estão sendo analisadas as informações referentes às turmas que ingressaram, via vestibular, na área de Ciências Biológicas - cursos de Enfermagem, Farmácia, Ciências Biológicas e Odontologia -; na área de Ciências Exatas - cursos de Ciência da Computação, Estatística, Física, Matemática e Química -; e na área de Ciências Humanas - cursos de Ciências Econômicas, Ciências Sociais, História e Pedagogia.

Como não se completou a geração de qualquer dessas turmas, havendo ainda alunos vinculados aos cursos, em especial, os que ingressaram após 1994, nas quais o número de graduados é praticamente inexistente, os índices de evasão final das turmas tiveram de ser estimados. No caso das turmas admitidas no curso de Matemática nos anos de 90 a 92, por exemplo, verificou-se que a evasão efetivada, decorridos cinco anos do curso, correspondeu a 96% da evasão final. Já para a classe de 1993, no mesmo período, existiam 27 alunos evadidos, número que foi tomado como correspondendo a 96% da evasão final, calculando-se, então, o número que seria correspondente a 100%.

O estudo realizado para o curso de Química ( Braga et alli, 1996 e 1997a) empregou a mesma metodologia para estimar a evasão das classes que ingressaram no período 1990-1994, e os índices verificados posteriormente nesse curso, exceto para a de 1994, estão confirmando as estimativas. No caso das turmas até 1995, supõe-se que o erro dessa projeção não será superior a 10%, podendo ser maior nas que ingressaram em 1996, o que não invalida a metodologia, porque esse tratamento dos dados apresenta um razoável grau de confiabilidade.

Em relação aos cursos que funcionam no período noturno, apenas os de História e Pedagogia já estão sendo analisados, porque seu funcionamento nesse turno é anterior a 1990. No casos de Ciências Biológicas, Física, Matemática e Química, o turno noturno só começou a funcionar em 1994, o que dificulta a possibilidade de elaborar projeções. Por essa razão, no que concerne à evasão, eles serão considerados em um momento posterior, através de metodologia ainda em discussão.

Na determinação das taxas de evasão foram considerados os alunos que ingressaram no curso entre 1990 e 1996 pela via vestibular, desde que é nele que se define o número de vagas dos diversos cursos de graduação da Universidade. O provimento de vagas por reopção, transferência ou obtenção de novo título só ocorre na hipótese de ter sido gerada vaga decorrente de algum evento já anteriormente computado como evasão, não havendo sentido, nesse caso, em somar alunos que ingressaram pelo vestibular com aqueles que ingressaram pelas outras formas. Um curso que possui 50 vagas jamais poderá graduar 60 alunos. Se dez alunos foram admitidos pelas outras formas, caso obtenham sucesso, devem ser abatidos na taxa de evasão, uma vez que ingressaram em vagas já computadas no cálculo desse índice. Como essa vaga, contudo, é preenchida em anos subsequentes àquele em que ocorreu a evasão, essa dedução não pode ser feita ano a ano, mas como uma média ao longo de vários anos.

Em conseqüência, foi utilizada a estratégia de estimar a taxa de evasão dos alunos que ingressaram via vestibular e, em seguida, determinar o impacto produzido pelas outras formas de ingresso na redução desta taxa, através de uma média do período 90-96. Prevê-se por exemplo, uma evasão de 48% para o somatório das turmas de 90-96 do curso de Matemática diurno, no qual foram admitidos 394 estudantes via vestibular, 206 dos quais possivelmente concluirão o curso. Nesse mesmo período, estima-se que 48 alunos que não ingressaram via vestibular irão se graduar, verificando-se uma redução daquela taxa para 36%. Considerando-se que o objetivo da medida de aceitar o ingresso de alunos por outras formas de acesso é justamente o de reduzir a evasão, a eficiência desse processo, no caso desse curso, pode ser estimada em 25%, ou seja, sobre um total de 48% de evasão, ela propiciou uma redução de 12%.

O perfil socioeconômico dos estudantes dos diversos cursos analisados foi descrito tendo em vista as informações prestadas pelos alunos quando de sua inscrição ao concurso vestibular. Abrange as turmas de 1991 a 1997, não estando disponíveis dados sobre os estudantes que ingressaram em 1990. A composição de classe social do alunado foi feita de acordo com a classificação da Abipeme, conforme divulgado em estudo sobre a situação socioeconômica do estudante da UFMG (UFMG/FUMP,1997). Utilizando tabela desse estudo que correlaciona a classe social e a renda familiar em salários mínimos declarada pelos alunos dos cursos amostrados, foi possível determinar a distribuição percentual dos estudantes dos diversos cursos entre as classes A, B, C e D + E. Informações provenientes dos históricos escolares, por sua vez, fornecerão a base para a análise do desempenho no ciclo básico dos cerca de 10 000 estudantes que compõem o banco de dados.

Primeiros resultados

Nesta etapa da pesquisa algumas observações já podem ser feitas a partir dos dados obtidos e analisados, permitindo tecer considerações sobre as taxas de evasão, o perfil socioeconômico, os cursos noturnos, o trabalho remunerado e a questão do gênero.

Uma comparação entre as taxas de evasão, - as ocorridas na década de 80 e as estimadas para a década de 90 -, indica que elas comportam-se diferentemente conforme as áreas do conhecimento. Como pode ser observado na tabela 1, os percentuais são pouco expressivos para os cursos da área de Ciências Biológicas, sendo que apenas nos cursos de Enfermagem e de Ciências Biológicas os índices são um pouco mais significativos, embora menores do que o observado na década anterior. Em conseqüência dos outros ingressos, as taxas de evasão desses cursos se reduzem, sobretudo no caso do de Enfermagem.

As outras formas de ingresso exercem um papel considerável na redução da evasão nessa área, sendo igual ou superior a 25 % para todos os cursos. Como a taxa de evasão do de Odontologia é muito pequena, o índice de eficiência é pouco significativo. Para o curso de Ciências Biológicas, o provimento das vagas ociosas resultou em pequena redução, semelhante ao observado na década passada, enquanto que, para Farmácia e Enfermagem, o impacto dessa medida cresceu bastante nessa década.

Tabela 1: Evasão nos cursos estudados - décadas de 80 e 90; dados percentuais

 

 

TURMAS 83/89

(evasão projetada)

TURMAS 90/96

(evasão realizada)

ÁREAS

CURSO

Ingresso Vestibular

Total de Ingressos

Eficiência do Provimento Vagas Ociosas

Ingresso Vestibular

Total de Ingressos

Eficiência do Provimento Vagas Ociosas

 

C. Biológicas*

35

23

34

28

21

25

BIOLÓGICAS

Enfermagem

47

35

26

22

8

64

 

Farmácia

17

16

6

13

9

31

 

Odontologia

5

2

60

5

3

40

 

Computação

16

10

38

19

16

16

 

Estatística

62

57

8

68

67

1

EXATAS

Física*

69

66

4

58

52

10

 

Matemática*

63

59

6

48

36

25

 

Química*

72

69

4

54

50

7

 

C. Econômicas

31

18

42

31

21

32

 

C. Sociais

54

44

19

54

47

13

HUMANAS

História/Dia

45

38

16

32

17

47

 

História/Not.**

-

-

-

42

38

10 

 

Pedagogia/Dia

32

22

31

20

15

25

 

Pedagogia/Not.

41

38

7

22

10

55

* A criação de cursos noturnos nessas áreas ocorreu em 1994, não sendo possível estimar a evasão.

** Só existem dados especificados por turno para o curso de História a partir de 1990.

Na área de Ciências Exatas os índices de evasão são geralmente mais elevados, e à exceção dos cursos de Matemática e Química, houve tendência de crescimento em comparação com a década anterior. Mesmo o curso de Ciência da Computação apresentou taxas comparáveis ao de maior evasão na área de Ciências Biológicas, além de ter registrado crescimento da evasão no período. Chamam a atenção os percentuais do curso de Estatística, próximos dos 70%, e maiores do que os verificados na década de 80.

Quando se considera a ocupação de vagas por outras formas de ingresso, os cursos desta área apresentam uma característica comum em relação à evasão: sua importância é muito reduzida, característica que marca as duas décadas. A exceção é o curso de Computação que, nos anos 80, apresentou uma eficiência relativamente boa no processo de provimento de vagas ociosas, o mesmo não ocorrendo na década atual.

Na área de Ciências Humanas a evasão registra índices que se situam, em quase todos os cursos, a meio caminho entre os percentuais elevados da área de Ciências Exatas e as proporções mais confortáveis da área de Ciências Biológicas. Apenas o curso de Ciências Sociais registra índices mais próximos dos verificados na área de Ciências Exatas. A redução desses percentuais pelas outras formas de ingresso depende do curso, com percentuais relevantes para, História diurno, Pedagogia noturno e Ciências Econômicas. Este último curso vem apresentando percentuais de evasão médios e estáveis, desde a primeira metade dos anos 80.

As características do curso de História, nesta década, são diferentes para os turnos diurno e noturno, sendo maiores as taxas no noturno. O significado da admissão de alunos por outras formas de ingresso, por sua vez, é maior no diurno do que no noturno, o que resulta em uma evasão bem mais acentuada no curso oferecido à noite.

No caso do curso de Pedagogia, que também possui os dois turnos, o comportamento da evasão não é o mesmo do de História. Além de registrar os menores percentuais dos cursos estudados na área de Ciências Humanas, verifica-se que houve aqui um decréscimo nos índices, em ambos os turnos, em relação à década passada. A redução produzida pelo ingresso de estudantes por formas de admissão diversas do vestibular é significativa, sobretudo no curso noturno, devendo ser observado que houve um aumento considerável da taxa de eficiência neste turno de uma década para outra.

Finalmente, cabe observar que há uma relação entre a evasão e o desempenho do aluno, tanto por ocasião do vestibular como durante o curso, embora ela não ocorra da mesma forma. A classificação obtida pelo estudante no vestibular afeta muito pouco o percentual de evasão: apenas nos casos dos cursos de Computação e Física ele foi maior para o grupo de alunos que obteve as piores notas nessa seleção. No caso do desempenho no curso, ao contrário, verificou-se uma forte correlação entre as taxas de evasão e o número médio de reprovações ocorrido no primeiro período do curso: os evadidos registraram uma média de reprovações muito superior à daqueles que se formaram, reforçando a necessidade de aprofundar a investigação desta segunda relação.

Os dados colhidos indicam que o alunado dos cursos apresenta características socioeconômicas bem diferentes, conforme ilustrado na Tabela 2. No topo da escala encontram-se os cursos de Ciências Econômicas, Ciência da Computação e Odontologia. Os perfis socioeconômicos de seus estudantes são similares: cerca de 30 % pertencem à classe A; a maioria de seus pais têm instrução superior; mais da metade dos responsáveis em suas famílias exercem profissões de grande prestígio social; cerca de 70 % estudaram em escolas particulares; menos de 20 % são oriundos de cursos profissionalizantes e mais de 80 % foram aprovados no primeiro vestibular que prestaram.

Tabela 2 - Perfil Socioeconômico dos Estudantes dos Cursos Amostrados

Dados Percentuais, exceto para renda familiar média

   

Classe

Social

Renda

Média

Instrução

superior

Profissão do responsável

Ensino

médio

Vestibular

anterior

Trabalha*

ÁREAS

Curso

A

em

SM**

pai

mãe

alto prestígio social

Públ.

Profiss.

nenhum

sim

 

C. Biológicas/Dia

22

12,3

45

32

44

40

17

83

23

 

C.Biológicas/Not

10

9,7

12

13

18

69

35

65

71

BIOLÓGICAS

Enfermagem

7

9,2

20

17

22

59

23

77

34

 

Farmácia

17

11,6

35

30

36

46

22

78

15

 

Odontologia

28

13,9

52

41

53

30

9

80

8

 

Computação

31

14,6

56

46

55

36

20

91

23

 

Estatística

12

10,5

26

24

27

66

25

74

41

 

Física/Dia

18

12,2

40

30

42

52

32

68

36

EXATAS

Física/Not.

7

9,0

16

13

17

75

55

45

78

 

Matemática/Dia

10

9,9

22

16

19

29

34

66

52

 

Matemática/Not.

8

10,6

15

10

18

58

57

43

87

 

Química/Dia

8

9,0

18

14

26

65

57

42

42

 

Química/Not.

4

8,6

9

2

5

75

60

40

81

 

C. Econômicas

34

14,7

58

42

59

27

10

90

21

 

C. Sociais

18

11,7

32

25

36

48

28

72

47

HUMANAS

História/Dia

16

11,5

34

27

36

45

24

76

41

 

História/Not.

14

10,3

25

16

24

42

34

66

70

 

Pedagogia/Dia

10

9,5

20

12

23

63

53

47

44

 

Pedagogia/Not.

6

8,3

12

6

12

74

55

45

75

* à época da inscrição no vestibular.

* * SM = salários mínimos.

No extremo oposto, encontram-se os cursos de Pedagogia (diurno e noturno), Química (diurno e noturno), Física (noturno), Enfermagem, Matemática (noturno) e Ciências Biológicas (noturno). Os estudantes desses cursos também apresentam características socioeconômicas semelhantes: no máximo 10 % deles pertencem a classe A; menos de 20 % dos seus pais têm instrução superior; menos de ¼ dos responsáveis por suas famílias exercem profissões de grande prestígio social; mais de 60 % estudaram em escolas públicas, enquanto que, à exceção do curso de Enfermagem, mais de 50 % são oriundos de cursos profissionalizantes e, salvo nos cursos de Enfermagem e Ciências Biológicas (noturno), cerca de metade de seus estudantes tiveram pelo menos uma experiência de fracasso no vestibular.

A Tabela 3 permite observar que as variáveis socioeconômicas da Tabela 2 apresentam forte grau de correlação entre si, sendo que a renda familiar média correlaciona-se positivamente com as demais. Para mensurar essa correlação, utilizou-se o coeficiente de correlação por rank de Spearman (Snedecor e Cochran, 1989), que varia de zero a 1, sendo que a correlação é tanto mais positiva quanto mais ele se aproxima de 1. As variáveis foram "rankeadas" duas a duas, comparando-se a posição obtida pelos alunos de cada curso nos dois rankings. Assim sendo, a variável renda familiar pode ser utilizada para, de forma comparativa, sintetizar o padrão socioeconômico médio de cada curso.

Tabela 3 -Coeficientes de correlação: renda familiar média e outras variáveis socioeconômicas

Renda

escola particular

Instrução superior pai

instrução superior mãe

curso profissional

profissão responsável

de alto prestígio social

não trabalha

Familiar

0,86

0,86

0,89

0,87

0,85

0,80

O que esses dados evidenciam é que, ao contrário do observado no ensino fundamental, não se verifica uma correlação entre evasão e renda familiar no ensino superior. O coeficiente de Spearman para essas duas variáveis, é de 0,24, e os coeficientes de correlação da evasão com as demais variáveis listadas na Tabela 3 são inferiores a 0,4. O fato é que a seletividade socioeconômica se realiza ao longo de toda a educação básica, fazendo-se presente de forma mais marcante na determinação do abandono da escola fundamental do que no ensino superior. Assim sendo, os candidatos ao ensino superior representam, em sua maioria, os "sobreviventes" de um longo processo seletivo, no qual foram "escolhidos os já escolhidos", para usar a expressão de Bourdieu e Passeron (1964).

Há uma expressiva diferença de perfil socioeconômico entre os alunos dos turnos diurno e noturno, mesmo quando a comparação se faz dentro de um mesmo curso. Isto é mais evidente nos cursos de Física e Ciências Biológicas, nos quais os estudantes do turno diurno possuem perfil próximo daqueles alunos dos cursos que se encontram no topo da escala, enquanto que os alunos do noturno são claramente oriundos das camadas inferiores.

A decisão quanto à criação de cursos noturnos nas universidades públicas data do início desta década, quando foi proposta como "moeda de troca" para evitar cortes de pessoal no governo Collor. Na UFMG, quatro dos seis cursos noturnos da amostra, - Ciências Biológicas, Física, Matemática e Química - foram criados em 1994, como parte de uma política que visava, pelo menos no discurso oficial, a expandir vagas para atender uma demanda social.

A análise desses dados evidencia que, em decorrência da criação desses cursos, a UFMG passou a receber estudantes que, de outra forma, não teriam acesso ao ensino superior público. E as áreas em que os cursos foram abertos favoreceram claramente essa composição. É interessante observar que a procura por vagas nos cursos noturnos é maior do que a do turno diurno, à exceção dos cursos de Física e Ciências Biológicas, onde a procura quase independe do turno (Tabela 4). Poder-se-ia dizer, por outro lado, que se a decisão tivesse sido pela abertura de cursos noturnos de Odontologia ou de Computação, o perfil socioeconômico dos alunos admitidos seria similar ao dos cursos diurnos, atendendo à demanda da classe média alta.

Tabela 4: Relação candidato vaga de cursos diurnos e noturnos (média no período 94/97)

C. Biológicas

Física

História

Matemática

Pedagogia

Química

Dia

Noite

Dia

Noite

Dia

Noite

Dia

Noite

Dia

Noite

Dia

Noite

9,1

8,9

4,2

4,7

7,6

10,3

5,7

9,5

7,3

8,8

3,7

4,6

A variação desse perfil socioeconômico do alunado conforme o curso e o turno deve-se a duas razões, que são como faces de uma mesma moeda. De um lado, os candidatos oriundos das classes menos favorecidas fazem uma pré-seleção na escolha da carreira, considerando a possibilidade de conjugar trabalho e estudo, entre outros aspectos. De outro lado, para aqueles candidatos que pertencem aos estratos de menor poder aquisitivo e que vieram de uma escola básica deficiente, as condições de concorrência em algumas carreiras são extremamente desfavoráveis.

Talvez seja em razão desses aspectos que Reitores e Ministros da Educação assumem seus cargos pretendendo introduzir mudanças no processo de seleção no ensino superior, um tema que tem sido recorrente nos últimos anos, sendo grande a profusão de modelos alternativos destinados a alterar acesso à universidade. Avaliação seriada, exame nacional do ensino médio, sistema de múltiplas opções na escolha das carreiras, vestibular por área de conhecimento, reserva de vagas para as classes sociais de menor poder aquisitivo e/ou para egressos de escolas públicas, são alguns dos que têm sido considerados. Não é propósito deste trabalho discutir modelos de vestibular e nem os seus princípios. Os autores têm fundadas razões, no entanto, para acreditar que estas alternativas possuem características que podem conduzir a uma seleção cujos resultados sejam contrários ao propalado.

Os dados apresentados nesse trabalho autorizam os autores a defender, por outro lado, que o acesso à educação superior pode ser consideravelmente democratizado, se as instituições públicas fizerem uma adequada escolha do elenco de seus cursos noturnos, em áreas para as quais concorrem preferencialmente os candidatos de menor poder aquisitivo, estratégia que tem sido pouco explorada pelas universidades federais. Das 38 carreiras de graduação que a UFMG possui, por exemplo, apenas 11 são ofertadas à noite.

Não se desconhece que, para esses estratos sociais, a ampliação de oportunidades no ensino superior tem se voltado para formações de caráter mais técnico-profissional, e com reduzido acesso à pesquisa, o que é ainda um outro aspecto do problema (Peixoto,1997). É sabido que as chances de um filho de operário vir a se graduar em Odontologia ou Computação dependem de condições sociais que não se encontram presentes hoje na nossa sociedade. Consideramos ser viável, por isso, como medida de caráter imediato, aumentar a possibilidade de que ele venha a tornar-se Engenheiro Civil, Farmacêutico ou Sociólogo, permitindo reverter, de certa forma, o determinismo da seletividade do sistema de ensino apontado por Bourdieu e Passeron.

Dentre as variáveis da Tabela 2, o exercício de trabalho remunerado por ocasião da inscrição no vestibular, é a que melhor discrimina os alunos do turno diurno dos do noturno. A proporção dos estudantes deste turno que trabalha é superior a 70 % em qualquer dos cursos, enquanto que no diurno ela não alcança a 50 %. Quando a comparação é feita dentro de um mesmo curso, observa-se, em alguns casos, que a proporção de alunos do noturno que trabalha chega a ser quase duas vezes maior que no curso diurno.

Não se observa, contudo, uma correlação positiva entre o exercício de trabalho remunerado e a evasão. O coeficiente de Spearman para essas duas variáveis é 0,37. Esse fato já fora observado, com maior nitidez, em outros estudos do curso de Química, (Braga et alli, 1997b e 1997c) nos quais se verificou que a evasão ocorre em proporções muito similares entre estudantes que trabalham e os que não trabalham. Em verdade, ela é um pouco menor no grupo dos alunos que não trabalha. Outro aspecto interessante dessa relação foi demonstrado nas entrevistas realizadas com os estudantes evadidos deste curso, tendo sido possível observar que a maior parte deles ingressa posteriormente em outro curso superior, e que isto ocorre numa proporção maior entre os que trabalham. Além disso, apenas 10 % dos evadidos considerou a necessidade de trabalhar como fator determinante na decisão de evadir.

Nos cursos considerados em nosso estudo não é possível verificar, ainda, se existe alguma relação entre evasão e trabalho remunerado ou, se similarmente ao observado no curso de Química, essa relação não é significativa. Em particular no que se refere aos cursos noturnos, será prematura qualquer conclusão, pela dificuldade de projetar os índices de evasão, dado que, na nossa amostra, quatro deles ainda não concluíram a geração de qualquer turma.

Há indícios de que a variável gênero desempenha um papel importante na questão da evasão no ensino superior, embora nesta etapa do estudo não nos seja possível avançar nas conclusões. As taxas de evasão da Tabela 1 mostram que há dois grupos nitidamente diferentes: aqueles com evasão inferior a 25 %, e aqueles cujos índices encontram-se ou próximos, ou são superiores a 40 %. No primeiro grupo, encontram-se nove cursos, sete dos quais têm o corpo discente composto majoritariamente por estudantes do sexo feminino e, no segundo, cinco dos seis cursos têm população com predominância masculina.

A Tabela 5 ilustra essa diferença de composição, com distinção especial para os dois cursos nos quais a evasão foi mensurada nos dois turnos: Pedagogia e História. No primeiro caso, qualquer que seja o turno, a população estudantil é predominantemente feminina e a evasão é baixa. No segundo, no diurno a evasão é baixa e a população feminina é mais expressiva, enquanto que no noturno a predominância é do sexo masculino, e a evasão é alta.

Ademais, observou-se que, para nove dos cursos considerados na estimativa da evasão, as mulheres têm mais chances de se graduarem que os homens, enquanto que nos outros seis cursos homens e mulheres diplomam-se na mesma proporção do ingresso. Esse fato, maior êxito das mulheres no curso, contrasta com o resultado obtido por elas no vestibular: para todos os cursos que compõem a amostra deste estudo, as chances de aprovação dos homens são superiores às das mulheres.

Tabela 5 – População Feminina dos Cursos Amostrados

Cursos de baixa evasão

Cursos de alta evasão

Curso

%

Curso

%

Curso

%

Curso

%

Pedagogia/Dia

95

Biologia/Dia

61

Ciências Sociais

48

História/Not.

30

Enfermagem

86

História/Dia

55

Química/Dia

47

Física/Dia

18

Pedagogia/Noite

81

Economia

36

Matemática/Dia

45

Estatística

37

Farmácia

70

Computação

21

       

Odontologia

64

           

Nos estudos já citados do curso de Química (Braga et alli, 1997b e 1997c) observou-se que a taxa de sucesso das mulheres é cerca de duas vezes maior que a dos homens, e que elas apresentam um melhor desempenho nos períodos iniciais do curso. Os dados obtidos no presente estudo, por sua vez, também indicam que a variável gênero é importante para compreender o que ocorre nos cursos de Pedagogia e História: a percentagem de evasão das mulheres é sempre significativamente menor que a dos homens.

A interferência da variável gênero na evasão em cursos superiores foi também observada por Seymour(1995) em estudo realizado em oito universidades americanas, entrevistando 460 estudantes. Com foco sobre a área de ciências exatas, esse estudo pesquisou a influência de diversos fatores, curriculares e extracurriculares, sobre a evasão, e verificou que as mulheres evadem mais que os homens. Constatou, no entanto, que a interferência dos fatores curriculares é mais determinante para a evasão dos homens do que das mulheres.

Esta é uma questão que vem sendo analisada com interesse pelos pesquisadores.

Conclusão

Algumas questões estão claramente sinalizadas na composição do cenário a ser investigado com maior profundidade no futuro. Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que, na comparação entre cursos, não se encontrou qualquer correlação positiva entre a evasão e os componentes externos à universidade, definidos pelo perfil socioeconômico dos estudantes. É até possível que, em um ou outro curso isoladamente, seja encontrado um impacto considerável de alguma variável socioeconômica no fenômeno da evasão. Isto é o que está sendo investigado no momento. Independentemente das características peculiares de cada curso da amostra considerada, parece se configurar um quadro genérico, no qual a exclusão é produzida predominantemente pelas características intrínsecas da escola. Por essa razão, e conforme esperávamos, a pesquisa está explorando, de modo mais intenso, as relações entre a evasão e estas questões internas, como a composição curricular, a organização de horários e turmas, etc.

Por outro lado, há aspectos que as evidências existentes até o momento ressaltaram, e que deverão ser explorados em cada um dos cursos analisados e nas especificidades de cada área do conhecimento. Este é o caso da importância das relações de gênero na determinação da evasão, e do exercício de trabalho remunerado pelos alunos no momento da inscrição no vestibular, em relação à sua decisão de evadir do curso. Temos claro, contudo, que algumas dessas questões somente serão devidamente esclarecidas à medida em que nos aprofundarmos na análise do problema, através de procedimentos a serem realizados nas próximas etapas.

 

 

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